O Primavera dos Povos foi um evento histórico que marcou o ano de 2013 no Brasil. A expressão “Primavera dos Povos” foi inspirada na chamada “Primavera Árabe”, uma série de manifestações populares que ocorreram em diversos países do Oriente Médio e norte da África, a partir de 2010. No caso do Brasil, o movimento ganhou força durante as manifestações de junho de 2013, que mobilizaram milhares de pessoas em todo o país.
As manifestações tiveram início em São Paulo, motivadas pelo aumento das tarifas do transporte público, mas logo se espalharam para outras cidades e passaram a abordar uma série de demandas da população, como melhoria na qualidade dos serviços públicos, combate à corrupção e reformas políticas. A Revolta dos 20 Centavos, como ficou conhecida, acabou se transformando em um movimento de ampla mobilização popular, que trouxe à tona a insatisfação e o descontentamento de grande parte da sociedade brasileira.
O Primavera dos Povos foi marcado por uma série de atos públicos, passeatas, ocupações e greves, que reuniram pessoas de diferentes classes sociais e faixas etárias. As manifestações foram organizadas de forma horizontal e descentralizada, sem lideranças ou partidos políticos tradicionais, o que conferiu um caráter autêntico e plural ao movimento. Além disso, as redes sociais desempenharam um papel fundamental na articulação e propagação das pautas de reivindicação.
Entre as principais demandas do Primavera dos Povos estavam a revogação do aumento das tarifas do transporte público, a destituição de políticos corruptos, a melhoria dos serviços de saúde e educação, o fim da violência policial e a defesa dos direitos das minorias. O movimento também foi marcado por uma forte crítica ao modelo econômico neoliberal adotado no Brasil, que privilegia os interesses das elites em detrimento da maioria da população.
Apesar de não ter alcançado todas as suas reivindicações, o Primavera dos Povos teve um impacto significativo na política e na sociedade brasileira. As manifestações de 2013 abriram espaço para um novo ciclo de mobilizações e protestos, que culminaram na crise política que resultou no impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Além disso, o movimento contribuiu para ampliar o debate público sobre questões fundamentais para a democracia e os direitos sociais, tornando-se um marco na história recente do país.